24 de janeiro de 2012

WHITE LIGHT, WHITE HEAT


13:06 // a ansiedade e os fatos são como uma persiana descompassada que oculta o sol só pela metade. as peças espalham-se sobre a mesa numa bagunça auto induzida. queremos botar fogo, aniquilar tudo o que fomos e, através do calor, manter apenas o que é íntegro em suas propriedades. os gases da atmosfera misturam-se, longe, como o tempo que passa sem motivo aparente e nos faz questionar continuamente. pele, corpo, direção e alívio. senso de propriedade aliado a responsabilidade. de onde tiramos força para evocar as estrelas do céu? de onde vem a maré que nos empurra quando precisamos? auto engano, caixola cheia, pseudo vontades convertidas em um novo quadro concreto. a razão deve vencer, mesmo sem atalhos // 13:16

22 de janeiro de 2012

GREENWICH VILLAGE


Dois copos vazios, o vento do ventilador esbarrando nas cápsulas da mesa, um mini império de madeira escura, o céu nublado e uma procissão de indecisões ajoelhadas, em silêncio, cercando as necessidades físicas. O violão não é uma máquina de matar fascistas, minha casa não é habitat natural de escorpiões em ponto de acasalar. Ando de óculos escuros na escuridão imaginando poupar meus olhos da luz no túnel que não estou acostumado a ver. Sobra-me a convicção de uma aranha que deseja resguardar seus ovos vislumbrando o futuro de sua aracnídea espécie, falta-me o sentido da reprodução. A segurança excessiva dos recursos não dá vazão verdadeira ao trabalho, sobra o tédio. A única fé remanescente é aquela de achar um norte entre tantos sudestes cinzas e poder competir, mesmo não sendo um puro sangue.

20 de janeiro de 2012

IT NEVER ENTERED MY MIND



olha para tela e vê um emaranhado de textos desconexos // como é difícil estruturar as idéias (por melhor) (por pior) que sejam. é difícil tornar didático, fazer com que entendam, discordem ou concordem com propostas solitárias para o coletivo // se tivéssemos aspirações pobres seria fácil consolidar, mas nossas ambições são grandes // com algum privilégio mental, poderíamos assimilar muita informação, transformar em conhecimento e saber o que fazer ~sempre~ // nossas escolhas envolvem recursos, pessoas, timing. é difícil orquestrar tudo isso (capacidade de ver a consequência dos atos a longo prazo). o ser ilimitado que queremos ser é, na verdade, uma versão limitada que precisa recalcular sua rota (como um marca passo) (como um gps) // fugas eletrônicas, ligações elétricas e pouco calor // (não vou falar de amor, todo mundo fala. até uma revista ~relativamente moderninha~ como a vida simples trata isso com uma uma matéria de colegial) // ter maturidade para admitir começo meio e fim, livrar de rótulos, equalizar cumplicidade e afeição // precisamos de foco // eis uma balança que precisamos equilibrar: 1. reconhecer nossa pequenez unitária entre 7 bilhões 2. enxergar a beleza de viver em comunidade da mesma espécie com civilidade 3. ao passo que todo mundo quer ter senso de exclusividade 4. com a lamentável realidade de pessoas sofrendo // precisamos de fugas para equilibrar essas balanças, mas não fazer nada além é deixar que nossas fraquesas dominem nossas ações a ponto de travar nossas ambições // as coisas tem energia. onde queremos chegar com o que temos em mãos? // o que há além da cultura pop (livros, filmes, música)? onde isso nos leva? expande? prende? mantém num ponto de estagnação confortável? // o tempo passa, frequentamos lugares, as escolhas melhoram (se aproximam mais do que somos de verdade), o círculo social fica ok, espelhamos as gírias, idéias e expressões acolá. como queremos ser influenciados? (outra pergunta sem resposta) // nossas circustâncias nos levaram a ser o que somos // um paradoxo moderno: é necessário contato contínuo com tantas pessoas? // somos limitados, nossa mente não alcança certas idéias, reconheço. // do alto de idéias mesquinhas me esfarelo em palavras // esomeprazol, ranitidina, azitromicina, omeprazol, amoxilina e viverei o suficiente