5 de janeiro de 2009

MOTHER NATURE SON


Pronto. Finalmente meu segundo post.

Peguei duas semanas de coletivas no trampo e voltei hoje. Quando se passa duas semanas de férias, o escritório parece até um lugar legal. Em TI, no começo do ano, os projetos ainda são nebulosos e demora um ou dois meses até definirem quais são as prioridades, quais serão cortados e quais serão adiados. Claro, é tudo questão de política e interesse. Normalmente acontecem aqueles que dão mais visibilidade.

O escritório parece um lugar legal no primeiro dia pós-férias talvez por causa dos amigos que tenho aqui. O resto, antes do imaginado, voltará a ser mais do mesmo.

( Agora um pequeno temor de que alguém superior a mim, e que tenha influência sobre meu chefe, na empresa, leia isso. Foda-se. Sinceridade, só por hoje. )

Passei meus nobres dias de férias em Trindade e em outro pequeno munícipio próximo. Em comum, folhagens verdes por todo lado, mato, e borrachudos provando o puro sabor do álcool no meu sangue.

Estou descobrindo que este blog, antes de tudo, é uma maneira de provar pra mim mesmo que não sou um ser oco. Na real, me sinto tão vazio, com a impressão de que pequenos lapsos de idéias e ponderações percorrem minha mente, quando, na verdade, queria passar por mais momentos de qualquer inspiração.

Depois de 5 anos de faculdade e 7 anos sem férias, fui obrigado a abrir mão de muito de mim mesmo. Na verdade, não sei se fui obrigado ou se tive pouca coragem pra fazer o que bem entender. Ou, ainda, se fui conservador demais. Ou se fui corrompido pelo consumismo pelo fato de querer trabalhar para obter coisas que me tragam satisfação. Mas, penso: a satisfação não é um estado essencial da alma? Será que as sensações físicas e psicólogicas proporcionadas por coisas materiais que quero conquistar não podem ser preenchidas por algum outro tipo de artifício que nos traga um tipo de satisfação ainda maior?

Enfim.

Não sou um ser oco, nem materialista. Nem consumista. Talvez, deva me aprofundar no real significado da palavra 'necessidade'.

Nos meus dias de férias, pude retomar meu contato com a natureza. E, com a natureza aos meus pés, me senti em casa. Passei anos suplicando por alguns momentos assim, e finalmente aconteceu. Pude tomar banho com água de brejos límpidos e frios, pude apreciar as estrelas num céu sem camadas de fumaça ou mormaço urbano. Pude subir em pedras, e, com alguns amigos, notei que, por instinto, sabemos naturalmente subir e descer pedras muito bem. Sim, temos um pouco de macaco. Esqueça Adão.

Pude pegar uma revista, arrastar uma cadeira para a beira da praia e ler calmamente uma revista às 6 horas da manhã, quando o dia amanhecia, e reparei a aurora maravilhosa circundando meus ombros.

Pude, inclusive, ser penetrado, literalmente, por infindáveis espécies de pernilongos selvagens.

O borrachudo, em especial, após saborear meu sangue, deixa uma pequena casca branca em cima dos furos, ou pequenas gotículas de sangue, grandes o suficiente para um exame de diabetes.

Talvez tenha demarcado sua perfuração em minha pele para atrair outros conterrâneos para o mesmo local já perfurado para extração do pétroleo vermelho nutritivo oriundo das minhas veias.

Sequelas à parte, a suma lição adquirida da natureza é como a vida urbana é medíocre. Como orkut, MSN, internet, empresas, tecnologia e tudo mais se torna inevitavelmente chato após incessante contato com ambientes naturais.

2009 é um ano de mudanças. Eu quero mudar profundamente. Me perdoem a velha analogia clichê do barco, mas me sinto um desses totalmente sem rumo, ou, rumando para qualquer corrosão.

Meu sentimento de certa empolgação se mistura ao tédio de janeiro e a melancolia de sempre.

Só sei que agora penso um pouco mais, coisa que não andava fazendo.

Preciso de paixões na vida. No ano passado, fui ao meu limite sem paixão ou vontade.

Agora, preciso buscar meus limites através das minhas paixões porque isso impulsiona de verdade.

O ato de chegar ao limite e empurrar além é fascinante.

O automobilismo ou a música devem me proporcionar isso. Certeza. São as coisas que mais amo fazer. Em 2010, devo começar a correr em torneios amadores. Não faço ( ainda ) porque o esporte é caro, é preciso um carro pra carregar as coisas e não agora não por agora posso investir em macacão, sapatilhas e capacetes profissionais.

Música, nem se fala. Dedicação total. Sempre me fascinou. Desde quando tocava Nirvana com panelas e colheres, há uns anos atrás. Agora tenho uma bateria completa no meu quarto, coisa que sonhei por anos.

Não creio ser um talento excepcional, mas durante as curvas, retas, controle de pedais e motorizações, me sinto totalmente no paraíso. Ou impulsionando e sentindo a música rolar pelos nervos que controlam as batidas.

Preciso fazer companhia ao meu pai. Ele não será um homem solitário, se depender de mim.

Pronto. Post longo demais, e demasiado psicodélico.

Até.

2 comentários:

  1. Como assim vc cria um blog e nem me avisa?

    Escreva sempre, heim?

    Saudade!

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  2. você não é um ser oco. seres ocos não atraem minha atenção, apesar de termos passados desapercebidos um pelo outro por 4 anos. Destino. as coisas acontecem no seu tempo certo (ou não).
    Janeiro é o mês do seu aniversário, essas épocas ao menos para mim, costumam ser de reflexão e isso rende bons textos ao blog, textos ótimos que eu sei que você cria.
    Ida á praia, renovado. Mudança por completo e alma lavada, agora vai!
    Ps: vc não ia parar de beber?

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