6 de janeiro de 2009

FASTER


Vou começar o post de hoje citando um amigo distante:

"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."

A frase acima é do Ayrton. Vi ontem, no documentário recém-baixado "Uma Estrela Chamada Ayrton Senna". O documentário é inglês e data de 1998. Nesta mesma época, em 1999, salvo engano, a revista Istoé colocou à venda 3 fascículos com o documentário dividido em 3 fitas VHS.

Na época, comprei as 3, mas duas se perderam e acabei ficando só com a Nº2, até hoje. O que não imaginava é que, 9 anos depois, poderia fazer download de tudo facilmente e colocar em um só DVD.

O documentário é muito bem feito e, além do trivial, exibe com detalhes a vida pessoal do piloto. Mostra todas as faces do cara. A frase dita no topo do post foi filmada com o rosto de Senna olhando firmemente para a câmera, ocupando toda a extensão da tela, com os olhos serenos, semi-marejados, como de 'outra dimensão'. A mensagem é belíssima, sem dúvida, e emociona, até certo ponto.

O termo 'outra dimensão' foi usado por Galvão Bueno, no encerramento do Globo Reporter de 6 de Maio de 1994, onde dizia: "Meu amigo, acho que você realmente pertence a outra dimensão." Sim. Eles eram amigos íntimos.

A outra frase, do Ayrton, tentei usar como inspiração num dia como hoje, por exemplo, mas no final, Senna cita: "um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."

Muito sábio o modo de dizer "de alguma maneira". Senna sabia que o Brasil é um país de derrotados. Com essa pequena observação, pensei nas milhões de pessoas que ralam pra cacete, sonham, definem objetivos e mesmo com muita dor e sofrimento não chegam "lá" onde gostariam. Sim, a vida é dura.

Na verdade, Senna quis incentivar e dizer para as pessoas que elas devem acreditar em algo. A crença em alguma coisa é o que impulsiona. Se pessoas de baixo nível intelectual descobrissem que, mesmo ralando bastante, ainda é capaz que não se chegue aonde desejam, este país seria ainda pior.

Outras pessoas, como eu, ainda desconhecem o que é o "lá". Lá, aonde? Eu ainda estou tentando imaginar, e até 'lá', me falta paixão pra exercer minha profissão, como citei no post anterior.

O ponto, provavelmente, é mudar continuamente. Se adaptar às adversidades. Quando se sabe que mesmo ralando muito não chegaremos muito longe, seja por falta de oportunidades ou por não reconhecer que não se tem talento para tal, podemos mudar os rumos. Tentar outras coisas.

E aí me vem dois exemplos em mente: um tal de Hollyfield brasileiro, que vi numa reportagem há anos atrás. O cara ralava pra caramba, treinava ( muito ) boxe todos os dias e se dedicava muito à forma física porque sonhava em ser campeão dos pesos pesados. Tenho até curiosidade em saber onde esse rapaz chegou. Outro exemplo é o garoto que era péssimo em matemática e desenvolveu, sozinho, uma técnica de cálculo mental impressionante, que faz contas de alta complexidade em segundos com total precisão. Sim, o garoto péssimo em matemática se desenvolveu e hoje é um gênio.

A vida é fria e basear-se em um só exemplo pode ser errôneo. Pode nos fazer acreditar em possibilidades inviáveis.

O ponto, como já disse anteriormente, é saber mudar quando necessário e reconhecer que as ambições nem sempre podem espelhar a quem se admira.

E 2009 começa a ganhar os primeiros contornos e saindo da obscuridade das incertezas. Planos razoávelmente definidos e algumas pequenas pílulas de projeções para o futuro a médio-prazo. Eu mesmo defini esse ano como o 'ano do eu mesmo'.

É engraçado, planejar o futuro não é tão chato assim.

Mas, ainda, a infância é insubstituível. Como nas palavras do amigo Ayrton, "O que muda de uma criança para o adulto são os brinquedos. O que importa para a criança é saber qual será a próxima brincadeira ou o próximo jogo. Uma criança não é capaz de prever o que vai acontecer daqui 1 mês, 1 dia ou 1 hora. Tudo o que importa é o presente, que é aproveitado intensamente."

Não é verdade?

Já liguei isso ao meu pai, que me disse que a infância foi a melhor fase de sua vida durante a viagem que fizemos para Trindade.

E não é?

Aquele!

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