11 de fevereiro de 2010

INTERLÚDIO

E encaro novamente o vazio de não saber o que escrever, apesar do inchaço, da ressaca e do turbilhão de inconformidades, rumo a implosão.

Encaro novamente esta límpida tela, astigmatizada por meus olhos que insistem em lagrimejar, com alguns graus pra cima, pra baixo, pro cérebro, corpo, alma, todos desregulados, batendo por todos os lados das paredes irracionais que tenho quando estou fraco e cansado de lutar.

Ouço Air Supply porque o som é triste, porque as letras são idiotas e refletem exatamente meu estado de espírito. Perdido.

Não sei o que fazer da vida, não sei onde estou, e as coisas que faço são distração para a encarar uma realidade que é cada vez mais fria, áspera, material.

Estamos mudando as coisas e esquecendo das pessoas. Justiça, igualdade e vida são conceitos sem plenitude, não acessíveis, nem democráticos.

Não fazem parte de mim. Não sou eu. Não me sinto parte de nada.

Não encaro consumismo como instrumento de prazer, não encaro a felicidade como uma realidade concreta, não tenho paz.

Para prosperar, terei que me adaptar a um monte de grupos sociais interessados, egoístas, maniqueístas que querem consumir e não enxergam absolutamente nada.

Este texto é irracional. Toda luta é em vão. Sigo buscando paz. E um lugar, um canto de uma mesa, discreto, escuro, onde possa sentar e me sentir lá, agindo, pensando, tornando qualquer coisa braços e braços de bem estar comum.

[ Lágrimas ]

Um comentário:

  1. Calma, caralho. Minha mãe me ensinou: "o pior louco é aquele que faz você pensar que é louco". Dito isso, nunca abondone suas verdades e princípios pra se adaptar à merda. Uma hora ela baixa, e você vai ser Rei em meio a um monte de bostas.

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