17 de agosto de 2010

CASTIÇAIS


Se enxerga com óculos de grau, degrais, castiçais em forma de luz. A pena de viver pra si é o desprezo dentro da auto piedade. Vou pra'quela cidade, de calamidade tão bela, de simetrias tão desarmonicas que dá vontade de andar torto, pensar torto, sentir torto, fruto da fruta podre, da semente deficiente, da casca ardente desidratada de mil jazidas secas, vazias, outrora cheias, amigas.

Preciso de uma Cecília mais que Cecília, fazer doer a ferida escondida debaixo de cascas bonitas que disfarçam a carnificina emotiva. A sorte é amiga, vem por cima, cai ao lado dos riachos sem sombra, das linhas sem reta, dos funerais sem meta, da vida incerta, do curso da água que encosta, inebria, desperta.

Perdeu a chance de ficar quieto, de silenciar no momento certo, de fazer o ar sem movimento dizer mais que temporais de insetos. Precisa de um corretivo qualquer, início, fim, a e o z, sem acento. Funciona ou não? Tudo é tempo. É tempo.

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