14 de agosto de 2010

UM PEDAÇO


Não prefiro, prefiro, talvez, sei lá, tanto faz, não faz sentido, nunca faz, a gente vai pra lá, por todos os hemisférios sul, norte, nordeste, ah, se tudo fosse uma peste que devastasse as plantas e animais racionais e irracionais, ah, se tudo fosse um pedaço de qualquer coisa que voa ou para ou fica de um lado só: pronta, positiva, aguardando o fim da mortalha, o anel, a saia, a porta aberta, a guarda aberta de novo, a mortalha.

Prefiro o escaravelho de qualquer cruzada escarrada, num canto de um quarto sujo fervilhando de novas novidades que todo o tempo ocorrem dentro de sacos de ocorrências majestrais, regadas a ansiedade crônica de todo o gorfo e coceira de ter e ter e ter.

Quantas vezes mais, quantos dias, quantas feridas, quantas margaridas no quintal terei que ver, apreciar, esperar de novo, o anteontem: quantos pedaços de quartzo vão cair por aqui antes de tudo desaparecer?

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