26 de julho de 2011

JOANA FRANCESA





Não eram um, mais dois. Eram dois botões vermelhos, circulares, bordeados por uma camada preta. O silêncio era impelido pela ventoinha da placa, mas hoje não atrapalha a paz.

Neste vinte e sete de julho de dois mil e onze, aqui no quarto, neste cenário de volante, câmbio e olhar fixado no brilho branco da tela, penso em como foi bom o dia.

Minha mente aponta pra frente. Meu corpo, cansado, implora a cama num cansaço bom de sentir. Minhas necessidades ficam pra trás porque tenho uma foto no fim do livro que me estimula a ler até o fim. Nem gosto de ler, mas é para ficar claro o que quero dizer. Se vocês não entendem, eu entendo. Se eu não leio, escrevo.

Já não sei mais o que é difícil. De balançar e não cair, ando reto. Se tropeço, nem percebo. Desarrumado, eu sou. Desajeitado, eu chego. Se espantam comigo. Me elogiam, mas não reconheço. Se o vento é fraco, minhas asas são grandes.

Boa noite, Clementine. Vale a pena despertar. 

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