Nesse dia dormi mal e chorei, mas tinha um pato de rodas.
Longe de ter tido uma infância reprimida. Brincava por horas com carrinhos. Minha mãe saía e, se me deixasse em casa com o fone no ouvido (fones enormes), ficava quietinho até ela chegar. Já amava música quando criança e até hoje fico decorando letras.
Andava de bicicleta no quintal, na rua... tentava fazer cavalo de pau, mas acho que nunca consegui. Andava de triciclo também. Sempre achei demais o vento na cara, dirigir, fazer coisas.. Um dia passei horas pegando plantas e espremendo num copo, a meleca verde era esquisita, mas estava descobrindo o mundo de forma simples.
De triciclo na garagem onde meu pai deixava seu Passat.
Adorava desenhar de tudo, principalmente carros. Era o melhor desenhista da sala, talvez virasse profissão. Um amigo vivia trocando os desenhos dele pelos meus. Eu trocava porque não estava nem aí, "eram só desenhos". As professoras pagavam pau como se aquilo fosse extraordinário para um menino da minha idade. Meu pai também curtia. Tenho os rabiscos até hoje numa pasta.
Sentava na escada e desenhava. Isso se repetia quase toda tarde.
Depois me mudei e o resto já escrevi aqui. Lembro como me sentia, rolava uma ansiedade enorme de brincar, jogar, sair... na verdade, era uma ânsia de liberdade que hoje entendo melhor, sinto de outro jeito e faço questão de preservar.
No quintal, andava horas e horas em círculos. Adorava essa bike!
Olhar pra trás é legal, te dá uma visão do que realmente importa. Se tivesse de tirar uma lição do que ser criança significa, diria que é essa liberdade de fazer coisas sem o peso do sucesso, sem louros, sem essa meritocracia que gostamos de alimentar. E viva a vida!
Existem coisas (momentos) que não voltam, podemos fazer tudo exatamente igual e não será a mesma coisa. Mas vale o esforço porque mesmo que não seja igual já é mais feliz que essa tal vida adulta.
ResponderExcluirÉ eu me lembro de alguns desenhos... não tão antigos. Lembro de uma vez que a nossa escola foi convidada a pintar um painel de fim de ano no Carrefour ali do shop. Interlagos. E o escolhido da nossa sala foi o Mariel. sem concurso nem nada, escolhido por unanimidade, afinal, não queriamos passar vergonha né.
ResponderExcluirAbs meu caro!
Torço pra vc ser feliz, seja lá como for ;)
ResponderExcluirBjo
é isso aê, Mariel!
ResponderExcluirViver a vida, educar crianças, sem jogar nelas o peso de uma responsabilidade mesquinha que nós, adultos, tentamos colocar nelas...
Acho que a infância costuma ser feliz por isso. Não importa o que vc faz, se faz incrivelmente bem, ou se faz mais ou menos. Quando vc é criança, tudo faz sentido.