2 de abril de 2012

ELE FINALMENTE VOLTOU


Victoria simpre, pelas travessas, ó pai. Vieste sem roupa, sem tampa, sem cachorro na praça, mas está aqui, firme, diante de minha constatação. Já não acreditava em sua aparição, andava por acaso pra não ficar parado, guardava minha xícara na sacola, meu alá. Olhava torto para sua cara cimentada, passava reto, fazia um sinal descrente e vamos em frente.

Esperava por tudo, desde o ônibus até o salário. Arrumei as roupas do armário e escolhi a melhor pr'um dia normal, amigo! Olha quanta graça nesse sol lindo! Não guardo mais montantes, lancei mão do criado mudo, da estante, de minha mulher e minha amante! Sou livre de espera, raso em posses, cheio de amor e eterno em vida, encontrei a saída ou ela me encontrou quando não imaginava.

Ainda guardo afeto pelos animais, mas as revistas que li foram para a reciclagem. Escrevia delícias, picotava imagens, comia carne processada antes de sua chegada, meu amo, sábio dos sábios, legal pra caralho! É bom ter você aqui, sabe? Virei um nugget congelado, uma porta! Veja só, tenho fluxo em minha aorta. É bom ter companhia antes de bater as botas. Tu és o caminho, mesmo que esteja em silêncio. Não estou mais sozinho.

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