7 de janeiro de 2009

TECNOFOBIA


Sempre fui meio refém da tecnologia. Meu pai não compreende muito, mas, em um computador, podemos fazer uma porrada de coisas. Tipo: gravar DVD´s, ouvir o que quiser, pegar discos novos e antigos, ler sobre o que você quiser, conversar com as pessoas e saber o que elas estão fazendo, usufruir de um perfeito simulador de corrida, obter qualquer tipo de informação para resolver qualquer coisa do dia-a-dia, se expressar e publicar de forma organizada o que você pensa e seus comentários sobre a vida ou sobre assuntos específicos, assistir o que quiser ( desde vídeos amadores até seriados e eventos esportivos ), gerenciar fotos e todo o tipo de conteúdo multimídia, usar o bluetooth e gerar interfaces com celulares e outros periféricos, imprimir coisas, desenvolver sistemas de informação, trabalhar com planilhas, apresentações e textos, desenvolver materiais criativos, e ainda, fazer cálculos complexos, trabalhar com ferramentas complexas e desenvolver trabalhos realmente complexos.

Enfim.

O computador é estimulante pra caralho. Meu pai não entendia muito bem, e atualmente ele usa a máquina melhor que eu.

Não tem e-mail, MSN, orkut e nem por isso deixa de fazer suas coisas que dependem daquele cubo negro situado no sobre solo do meu quarto.

Aliás, sem tecer maiores comentários e, como diria meu amigo Felippe Toloi: "o orkut é um câncer!"

Mas me lembro de quando ficava lá, no computador, resolvendo umas coisas, e minha mãe me abraçava por trás, me fazia cócegas, me dava boa noite, carinhosamente, e ia embora.

Ela se foi e não aproveitei esses pequenos momentos. Talvez tenha aproveitado minimamente, mas sinto que não aproveitei como deveria. Ou, como quase tudo na vida, temos a tendência de subvalorizar algo que temos plenamente, supervalorizar algo que perdemos e não aproveitar o presente.

Atualmente, quando estou lá, meu pai vem e fica querendo puxar assunto, fica me chamando pra ir ver aquele documentário interessante no discovery ou aquela matéria que passa no jornal.

Essas coisas são absolutamente insubstituíveis.

Sempre teremos novas versões de software, e o mundo não vai parar se você não descarregar as fotos agora, ou se postar depois, numa outra hora.

Neste mundo, pra mim, o amor ainda não substituiu a utilidade.

Sei que, as coisas pequenas, simples, que passam pelo coração, até que se descubra se são infinitas ou não, acabam.

E que haja plenitude e serenidade pra aproveitar adequadamente, antes que o mundo imponha sua profunda depressão em nossas almas.

Fui na igreja, na missa de sétimo dia da minha mãe, e a maioria dos fiéis eram velhos. Eles fizeram tanta coisa na vida, fizeram tanto pelo mundo e pelas pessoas. E o mundo ficou mais chato do que era. Os filhos dos filhos da terra que plantaram e fizeram brotar vida ficaram mais egoístas.

Deus, ou alguma força superior latente na alma destes esperançosos é uma das únicas coisas que contrariam a tendência do pensamento simplório que poderiam ter: "Trampei pra caralho e o mundo continua uma merda."

Digo, esperançosos, porque é só isso que resta. Desaprendemos a amar. Ninguém é feliz de verdade. Mas, se perdermos a esperança, fodeu de vez.

Nesse ano, quero me estabelecer profissionalmente. "Desejo desesperadamente fazer da minha vida uma vida interessante". E aprender a tocar batera decentemente. "Tudo que merece ser feito merece ser bem feito".

Profundidade na vida, nas idéias, nos detalhes.

O que é generalista cega.

Ainda preciso falar aqui do Wade Davis. Muito foda a entrevista dele pra TRIP.

E tô muito curioso pra ver as soluções aerodinâmicas criadas pelos mesmos engenheiros de araque que entupiram carros de F1 de penturicalhos, aletas e pedaços de fibra de carbono em 2008.

Coisa semelhantemente bizarra, só nos carros e aerofólios traseiros da temporada de 1984.

É que hoje me sinto tão cansado e sem saco pra nada, nem sei como escrevi outro post enorme.

Um dia, a sede de escrever tanto acaba. Ou não.

Admiro gente velha. Eles são dispostos. Eles fazem acontecer. Eles ficam abismados conosco. Eles construíram a casa onde nós moramos e chegamos pra ficar. Eles aprederam desde cedo que a vida é dura e inventaram todas essas maracutais das quais não vivemos sem hoje.

E nós? O que estamos fazendo? O mundo e seus sistemas de interesse renegam a inteligência dos seus filhos mais bem intencionados e os colocam em função robótica para servir gente sem nada. Só egoísmo.

Não vou revisar eventuais erros de gramática nesse post. Foda-se.

Até!

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