20 de janeiro de 2009

WHO FEELS LOVE?


Vamos escrever um pouco. É que eu não escrevo, mas quando isso acontece, acaba como o post abaixo. Coisas desconexas, de muitas linhas e essencialmente sobre mim mesmo. Vi em algum lugar que "filosofar não é nada além do que falar sobre si mesmo."

Então Nietzsche era mesmo tão sombrio quanto li, em 2006, em 'Assim falou Zaratustra'?

Estava no segundo ano da faculdade e o melhor professor que tive em 5 anos de curso, Ricardo Murer, olhou o livro em cima da minha mesa e disse que adorava Nietzsche, mas que incomodava o ceticismo de suas últimas obras.

Enfim. Minha descrença em algum deus começou ali. E olha que nem cheguei a ler "O Anti-Cristo".

E sobre o ano que passou, achei um modo perfeito de descrevê-lo quando questionado sobre:

- "Como foi seu 2008?", perguntam.

E eu digo:

"Foi a continuação de 2007, o ano que não terminou. ( bem como 1968 para muitos historiadores )"

2008 foi como a extensão da desgraceira que foi o final de 2007.

Mas sempre há diversos modos de ver uma coisa relativamente complexa. Neste caso, vou expor dois cenários:

O 2008 bom: comprei minha batera, entrei numa banda, terminei meu tcc, fui aprovado com 9, me aproximei mais do meu pai e da minha irmã, ganhei amigos maravilhosos, intensifiquei os antigos, comecei a namorar, meu salário aumentou, saí com meus amigos mais do que qualquer outro ano, superei a perda da minha mãe, ganhei bagagem profissional, me formei, fui em bons shows.

o 2008 ruim: passei o ano inteiro sentindo a ausência da minha mãe, tive que me acostumar com a comida da empregada, passei o ano inteiro sem um puto por causa da facul, me formei num curso vazio que até agora acho que não me agregou muita coisa, tive que me preocupar com a porra do meu tcc e com as minhas notas, tive que trabalhar e estudar após 7 anos sem férias, tive que aguentar meu corpo e espírito dizendo, após 5 anos: "não aguento mais essa rotina, caralho!", tive que pegar infinitos busões portado de infinita melancolia, me alimentei de muita porcaria ( e a saudade lá: intocável, permanente ), não tive mais o cheiro dela e o doce boa noite dito sob a nuca, ao pé do ouvido.

Meu maior enigma atual, se é que pode se chamar assim, é sempre ter a impressão de que poderia ter aproveitado mais tudo bem mais intensamente. Tudo passa e eu nem quase sinto, de forma tão inóqua e incolor, sem a psicodelia que desejo um dia em minha vida.

E pequenas coisas me frustram: liderar uma bateria de kart da primeira a penúltima volta, com pole e volta mais rápida, 1.02.026, média de 66,156 km/h. Rodei. O carrinho saiu de traseira e foi deslizando, deslizando...não deu pra segurar. Voltei em segundo.

Na penúltima bateria, liderava tranquilo tbm, e rodei numa ultrapassagem por um retardatário e fechei em segundo de novo.

A próxima é em 16.02. Vou vencer.

E quero um projeto social pra afastar o bode. "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu."

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